O Leão, as Hienas e o Mundo Corporativo
Líderes não devem temer a força de outros líderes, mas sim a corrosão silenciosa da mediocridade.
Na natureza, o leão sabe que a luta pelo território é inevitável. Ele reina enquanto sua força, astúcia e vitalidade o sustentam. Quando um leão mais jovem e vigoroso surge, a disputa é franca: vence quem provar ser mais forte. Não há vergonha na derrota, pois ela faz parte da ordem natural. O leão que perde não deixa de ser leão; ele apenas dá lugar ao ciclo da vida.
No mundo corporativo, a lógica deveria ser semelhante. É natural que líderes cedam espaço a outros mais preparados, mais enérgicos ou mais aptos a conduzir o futuro da organização. O problema não está em reconhecer a superioridade de outro líder, mas em ser corroído por forças externas que não têm o peso de um verdadeiro combate.
Aqui entram as hienas. No reino animal, elas vivem à margem, aproveitando restos, atacando em bando, mas raramente vencendo pela força ou pela inteligência estratégica. No mundo corporativo, as hienas se materializam em pessoas medíocres, bajuladores, incompetentes, que sobrevivem não pela capacidade de produzir ou gerar valor, mas pela habilidade em corroer relações, manipular narrativas e desgastar os verdadeiros leões.
O leão que cai diante de outro leão conserva sua dignidade, pois perdeu em um duelo justo. Já o leão que sucumbe às hienas é vítima da desordem, da inversão de valores e da decadência de um ecossistema que já não premia a força, mas o ruído.
As empresas que permitem que hienas dominem seus corredores perdem sua natureza competitiva e transformam a selva corporativa em um terreno estéril. O mérito é substituído pelo oportunismo, a coragem pelo servilismo, e a grandeza pela mediocridade.
O mundo corporativo precisa entender: leões não devem temer outros leões, mas sim as hienas que, sem nunca terem conquistado território, corroem silenciosamente os pilares da liderança e da produtividade. A verdadeira ameaça às organizações não é a sucessão natural de líderes, mas a infestação de mediocridade que mina qualquer chance de grandeza.


